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A Liberdade de escolha

Posted by João on 11:15 in ,

Realmente, se um dia de fato se descobrisse uma fórmula para todos os nossos desejos e caprichos - isto é, uma explicação do que é que eles dependem, por que leis se regem, como se desenvolvem, a que é que eles ambicionam num caso e noutro e por aí fora, isto é uma fórmula matemática exata - então, muito provavelmente, o homem deixaria imediatamente de sentir desejo. 
Pois quem aceitaria escolher por regras? Além disso, o ser humano seria imediatamente transformado numa peça de um orgão ou algo do gênero; o que é um homem sem desejos, sem liberdade de desejo e de escolha, senão uma peça num orgão? 

- Fiodor Dostoievski, in "Cadernos do Subterrâneo".

Extraído da página "Templo Cultural Delfos", do Facebook.

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Um tudo

Posted by João on 15:51 in ,


As nuances do corpo,
vaidades mundanas.
Credos, crenças, ideologias,
Medos, traumas, patologias

É nada, tudo isso,
diante da infinidade de um.
A unidade devastadora.
O só incomensurável.

O âmago do meu ser,
contemplando toda essa alquimia.
Sensações de um único sentido.
Engrandece, sublima.

Acalenta a alma,
acolchoa o coração.
Traz lume à mente.
Revigora nossas energias.

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Esse tal de amor

Posted by João on 12:07 in ,


Acredito que a vida de todo indivíduo é guiada pelo amor, independentemente deste estar ou não apaixonado por alguém.  A força motriz de toda a nossa existência reside nesse sentimento, capaz de nos guiar nesse tortuoso caminho mundano.


Restringindo, agora, o amor sob o conceito romântico, mantenho a posição de considerá-lo essencial; cativa-nos essa sinergia, essa sensação de querer fazer mais e melhor para a pessoa amada. Vez ou outra, esse mesmo amor nos deixa embriagados, por assim dizer; turva nossas vistas, confunde nossos pensamentos. A efervescência do coração pujante, as alterações hormonais do corpo, tudo isso contribui para, como um todo, modificar-nos.

Contudo, se faz necessária, para o melhor gozo e proveito desse sentimento tão nobre e tão devastador, a tal da reciprocidade. Amar e ser amado. Se por um lado, amar é algo quase divino, por outro, não ser correspondido é tão doloroso quanto cravar uma estaca no peito. Alias, metaforicamente falando, a rejeição ou indiferença do ser amado pode ser comparada à estaca fincada sobre o peito. É trágico, mas assim o é!

A lacuna aberta pelo coração não igualmente amado é preenchida por diversos enxertos. Alguns optam pelas drogas - lícitas ou não -, outros, pelo ombro amigo, um novo – e outro - amor, ou - uma opção além da linha da melancolia - a prática da autopiedade.

Esconder-se pelos cantos, aspirar atenção numa autoflagelação, ensejar afeto e carinho dos mais próximos, ou simplesmente mostrar para aquele alguém que você está se acabando de dor.  Sim, caros – e hipotéticos – leitores, o drama é inerente ao amor. A megalomania do preterido é feroz, curiosamente, consigo mesmo.

Cabe, portanto, ao amante, saber administrar todo esse furor. Pedir para que ele haja racionalmente, nessas circunstâncias, é um tanto quanto ingênuo. Coisas do coração não são racionalizadas, não com tanta facilidade... .

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